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Tecnologia em ação: Uma ferramenta em benefício da educação

06/09/2013 12:08

A RELAÇÃO DOS DOCENTES COM AS NOVAS TECNOLOGIAS

 

                   A inclusão digital não ocorre de um momento para outro e sim de forma gradativa e não depende exclusivamente de equipamentos modernos. A relação que o professor deve construir entre o que são as tecnologias e suas possibilidades interfere diretamente na inclusão digital, sua e de seus alunos.

                   O grande obstáculo para a inclusão digital se refere ao domínio das tecnologias que intimida o professor, já que seus alunos demonstram mais habilidades. Entretanto, os alunos querem ser orientados e ouvidos e não provar que entendem mais do que o professor. Além disso, o professor tem que entender que a presença dele é essencial para potencializar o saber dos alunos no que se refere ao manuseio do computador.

                   Para eliminar essas barreiras técnicas, encontramos na literatura nacional e internacional estudos que comprovam a necessidade de encontrar caminhos e estratégias que auxiliem os professores na busca de segurança ao utilizar as tecnologias no ensino. O caminho mais óbvio é o preparo profissional. Segundo Alvarenga e Azzi (2009), o professor que participa de oficinas que os levem a praticar atividades pedagógicas pode aumentar a sua [1]auto-eficácia no uso dos computadores. Isso significa que mesmo não sabendo adequadamente a manusear as ferramentas tecnológicas em sala de aula, ele aumentará a sua auto-eficácia através da prática oferecida pelos cursos de formação continuada. Embora tenha dificuldades, o professor pode diminuí-las e até eliminá-las dentro de um período curto de tempo, depende exclusivamente dele. Professores com menos tempo de formação possuem auto-eficácia maior em relação aos que são formados há mais tempo. E mais, têm grande motivação para utilizar as tecnologias em suas aulas e se dispõem a romper desafios que envolvam seu uso. Conforme ainda a pesquisa de Alvarenga e Azzi (2009), os professores relacionam que entre os fatores que interferem no uso didático das tecnologias na escola, estão a infraestrutura e o tempo disponível para se apropriarem das novas tecnologias. Nesse aspecto, podemos observar que esses fatores identificados na pesquisa nos levam a constatar as barreiras organizacionais existentes no uso das tecnologias, pois não basta a escola dispor de equipamentos e não preparar os professores, não oferecer subsídios teórico-metodológicos e práticos para seu uso. Ter um horário para a participação em oficinas de informática é primordial para a superação dos desafios encontrados ao longo do uso das ferramentas tecnológicas. Além disso, estimular os docentes a participarem dessas oficinas é trabalho da equipe gestora permitindo assim a eliminação do desconforto e estranhamento entre os equipamentos e os docentes.

               Para os professores ainda há muito que aprender no que diz respeito ao uso das ferramentas tecnológicas em sala de aula e muitas barreiras para serem removidas, como por exemplo, a tomada de consciência do contínuo aperfeiçoamento. Entretanto, segundo Kenski (1997):

Esses enfrentamentos não significam a adesão incondicional ou a oposição radical ao ambiente eletrônico, mas, ao contrário, significam criticamente conhecê-los para saber de suas vantagens e desvantagens, de seus riscos e possibilidades, para transformá-los em ferramentas e parceiros em alguns momentos e dispensá-los em outros instantes. (KENSKI, 1997)

                   Manusear as ferramentas tecnológicas com mais autonomia é necessário, porém é imprescindível organizá-las como parte do processo ensino-aprendizagem. “O papel do professor precisa ainda incluir a habilidade de fazer das tecnologias meio de aprendizagem, não fim em si mesmas” (DEMO, 2008, p. 13).

                   As mudanças só ocorrerão se os professores analisarem e transformarem suas práticas de acordo com o novo paradigma de educação tecnológica, caso contrário, planejarão meras aulas repetitivas e maçantes por meio de questionários a serem respondidos no computador. É primordial salientar que o professor é a peça chave para uma educação instigante, cheia de possibilidades atraentes. Considerando sua importância podemos citar a afirmação que “(...) A melhor tecnologia na escola ainda é o professor” (DEMO, 2008, p. 13). Partindo desse enfoque, é extremamente importante que o professor tenha acesso a cursos de formação continuada, os quais fornecem ricas oportunidades práticas de pesquisa, comunicação e interação digital.

Autora: Fátima Mohamed

Texto redigido para o Trabalho de Conclusão de Curso de pós-graduação em Gestão Educacional.


[1] A “auto-eficácia computacional” é definida como a confiança do professor em sua capacidade de utilizar o computador.

 

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